Já explicamos que investir em títulos públicos é muito seguro. Agora vamos mostrar como fazer esse investimento.
O Tesouro Nacional é a área do Governo que emite os títulos públicos federais. Eles criaram em 2002, em parceria com a CBLC, o Tesouro Direto: uma plataforma de compra e venda de títulos públicos para pessoas físicas pela internet. É um canal direto para o investidor, simples, com baixo risco e baixo custo.
A corretora (ou banco, os chamados agentes de custódia) faz a ligação entre o sistema do Tesouro Direto e o investidor. Antes de comprar um título, o investidor deve transferir seus recursos para a corretora, que é a responsável pelo pagamento (liquidação) da operação. Uma vez pago, o título fica guardado (custodiado) na CBLC, numa conta em nome do investidor.
O Tesouro Direto disponibiliza diariamente uma tabela com os títulos públicos disponíveis para venda que podem ser adquiridos pelo investidor. Nessa tabela é apresentada a identificação do título, data de vencimento, preço unitário e taxa.
De maneira similar às ações, os títulos públicos têm um preço unitário. No entanto, para facilitar o investimento de quantias menores, o Tesouro Direto permite que sejam negociadas frações de até 0,2 título (um quinto de título). Para determinar o número de títulos que podem ser adquiridos, divida o valor que deseja investir pelo preço unitário e certifique-se que seja um número múltiplo de 0,2. Por exemplo: se o título custa R$ 800 e você tem R$ 500, pode comprar 0,6 título (0,6 x R$ 800 = R$ 480) e sobram R$ 20 para investir no próximo mês.
Liquidez
Caso seja necessário, é possível resgatar seu investimento antecipadamente vendendo títulos ao preço de mercado. Para isso, o Tesouro Direto garante a recompra semanal de qualquer título às quartas-feiras.
Quando os títulos vencem, o dinheiro é depositado automaticamente na sua conta na corretora, e um e-mail é enviado para alertá-lo. Lembre-se de reinvestir esse dinheiro para continuar se beneficiando do poder multiplicador dos juros compostos.
Tributação
A tributação dos títulos públicos diminui conforme o prazo aumenta, e incide apenas na venda ou vencimento do título. O investidor não precisa se preocupar com o recolhimento dos impostos, que é feito automaticamente pela corretora, mas deve sempre buscar títulos com os prazos mais longos possíveis que atendam suas necessidades. Por exemplo: após 2 anos de investimento, a alíquota cai para 15% dos lucros. Já para investimentos de prazos menores que 6 meses, a tributação é de 22,5% dos lucros.
Custos
Com relação aos custos, existem 3 taxas:
- Taxa de custódia: 0,3%a.a. sobre o valor total da sua carteira, cobrada semestralmente pela CBLC;
- Taxa de negociação: 0,1% do valor de compra, também cobrada pela CBLC; e
- Taxa de administração da corretora: é a única que pode variar, podendo inclusive ser zero. O Tesouro Direto mantém uma lista atualizada com o ranking das taxas máximas dos agentes de custódia.
Finalmente, recomendo a leitura do site do Tesouro Direto. As explicações são claras, o site é atualizado com regularidade e as informações são precisas, completas e em linguagem acessível. Existe até um curso virtual e um guia passo a passo. Se ainda tiver alguma dúvida, deixe um comentário aqui!
Ulisses Nehmi é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.
Olá!
Belo post! Ficou bem informativo.
Agora vem as dúvidas…=)
Como a relação dos índices econômicos afetam na rentabilidade dos títulos? Tem como você me explicar essa parte? Pois não tenho noção de como sua variação pode afetar positivamente ou negativamente os títulos.
Fico no aguardo!
Abraço
Mairo,
Obrigado pelo feedback!
Quanto à sua dúvida, estou trabalhando num artigo que deve ajudar: o que é pré-fixado/pós-fixado/indexado, ou seja, o mais importante que vc precisa saber pra escolher o título!
Abs
ótimo artigo! No site do Tesouro tem também um simulador (apesar de ser ilustrativo demais, achei bem válido). Basicamente compara os seus rendimentos no Tesouro com rendimentos de poupança.
Abraço
Ivan,
Muito obrigado pelo comentário!
Particularmente, achei o simulador fantasiado demais… rsrs… Tive dificuldades em utilizá-lo!
Com relação às comparações entre investimentos, começaremos a abordar o tema em breve. O que posso adiantar é que o único ponto que eu tenho a favor das aplicações na poupança é que pelo menos a pessoa está acumulando dinheiro, ao invés de gastar, mas certamente não faz sentido nem pelo quesito retorno, nem pelo quesito risco.
Abs
Tesouro direto eh a minha atual previdencia privada. Adeus Brasilprev e sua taxa de 3,8% de adminstracao!!!
Aff…. 3,8%aa?!?! Bom, pelo menos já estava acumulando! E parabéns pela mudança, seu futuro agradece!
Abs
Bom dia a todos, primeiramente parabéns pelo blog. Muito bom, está me ajudando demais.
Eu tenho um blog sobre gerenciamento de projetos e sei o trablaho que dá para manter tudo no ar.
Será que vcs podem me ajudar com uma dúvida ou até mesmo escrever um post sobre a minha dúvida? =D
Tenho 23 anos e não sabia muito o que fazer com o meu dinheiro. Então, resolvi comprar um apartamento em Guarulhos – onde sempre morei. O que mais motivou a comprar foi a alta dos imóveis, porque eu penso que daqui a um tempo o valor desse imóvel que eu comprei hoje vai ser absurdamente alto, o que não valeria a pena.
Bom, vamos aos números.
O Apartamento é de 96m e custou R$300 mil.
Eu dei 20 mil de entrada e pagarei parcelas de 2 mil durante 2 anos e quando pegar a chave pagarei mais 22 mil. O que sobra um saldo de 210 mil que eu pretendo financiar em 15 anos.
A minha dúvida é, vale a pena eu ficar com esse investimento ou devo investir em outras coisas? O único motivo pelo qual eu comprei o AP foi que eu gostei muito e tenho medo de num futuro ele ficar com um valor inviável – iguais aos de São Paulo – e eu nunca conseguir comprar algo que eu realmente goste, sabe?
Essa minha preocupação é valida? To pensando seriamente em vender e investir parte dessas parcelas mensais em tesouro direto e parte em ações. O que vcs acham?
Se vcs puderem responder a minha dúvida eu agradeço muito.
Novamente, parabéns pelo blog. Muito bom.
Abç
Renato Torres
Renato,
Obrigado pelo comentário!
Bom, o imóvel onde vamos morar é um assunto bastante pessoal, então ninguém melhor que vc para decidir. No entanto, posso te ajudar a refletir:
– Investir parte do dinheiro de um lado e ficar pagando o financiamento do outro pode ser um pouco contraditório. Por um lado vc está ganhando, e por outro pagando juros (e talvez juros até mais caros do que o financiamento). Se vc tiver condições, será que não é mais interessante reduzir o prazo do financiamento (ou até pagar à vista)?
– Além disso, se vc vendesse o imóvel, quanto pagaria de aluguel e quanto teria de rendimento em aplicações financeiras? A diferença compensaria?
Abs
Ulisses, obrigado pela respostas.
Vou te dar mais detalhes do meu problema.. rs
Eu tenho 23 anos e nem tão cedo eu vou deixar de morar com a minha mãe – tem coisa melhor?Rs
E assim, atualmente com o investimento que eu to fazendo no AP nao me sobra dinheiro para aplicar em outras coisas. Ou seja, eu estou me dedicando 100% a esse investimento.
O meu maior receio em não vender o AP agora é que depois os valores ficam inviáveis e eu não consiga comprar um tão bom quanto o que eu comprei. Vc acha essa preocupação válida:?
Novamente, muito obrigado.
Renato,
Obrigado pelas informações adicionais! Vamos refletir um pouco mais?
Bom, vc mora com a mãe, então não tem uma necessidade de morar lá, e ainda pode acumular mais dinheiro nesse período.
Vc questionou duas vezes se a preocupação de conseguir ou não arranjar um lugar pra morar é válido. Lógico! Moradia é uma necessidade primária! No entanto, vc ainda é jovem, tem muito trabalho pela frente. Se o preço do imóvel continuar subindo, a economia vai continuar bem e você terá boas oportunidades de emprego ou negócios, pode crescer bastante profissionalmente. Parece mais um medo de alguém que está descobrindo o mundo – não me leve a mal – do que uma ameaça de fato.
No entanto, quando vc fala do imóvel como investimento, é porque você acredita que esse ativo valerá mais no futuro do que no momento da aquisição, certo? Se você não acreditar mais nisso, ou acreditar que outro investimento terá um retorno maior (ponderado pelo risco), então será que não é hora de trocar?
Outro ponto interessante é que vc vai contrair um empréstimo num valor bastante expressivo em relação ao valor do imóvel, com uma taxa provavelmente elevada e por um prazo longo. Será que não é mais interessante pensar em outro tipo de investimento?
Termino com uma referência para um artigo do Gustavo Cerbasi chamado A vantagem da compra própria. Acho uma leitura bastante oportuna.
Espero que tenha ajudado.
Abs
Ulisses,
Novamente muito obrigado.
Acredito que vc conseguiu tirar o resto de dúvida que eu ainda tinha.
Muitissimo obrigado e parabéns pelo blog
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Olá a todos,
Gostei bastante do post, mas surgiu umas dúvidas.
Entrei no site do tesouro direto e usei o simulador, coloquei uma taxa de corretagem de 0,2% a.a e aparentemente o rendimento é pior do que o da poupança. To fazendo algo errado?
O rendimento do tesouro eh tao melho rque o da poupança?
Abc
Gustavo,
Confesso que eu tive MUITA dificuldade pra usar aquele simulador… O resto do site é excelente, mas o simulador é dose… Mesmo assim, depois de insistir bastante, deu certo e mostrava corretamente que a poupança rendia menos que o Tesouro Direto.
A poupança está rendendo algo próximo de 7,7% ao ano, líquido de IR. Com a taxa de juros básica a 12,50%, mesmo tirando 22,5% de imposto de renda (que é a pior alíquota, para aplicação até 6 meses), daria algo como 9,7% ao ano, quase 2% a mais que a Poupança. Isso no longo prazo, com o efeito dos juros compostos, faz uma belíssima diferença!
Abs
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