O que é CDB: Guia Inicial com Perguntas e Respostas

29 de agosto de 2016

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Você sabe o que é CDB (Certificado de Depósito Bancário)?

Junto com poupança, imóveis e ações, acredito que CDB seja uma das primeiras alternativas que o investidor costuma conhecer.

Isso provavelmente porque CDBs são amplamente oferecidos pelos bancos e pelo seu gerente.

Mas você sabe realmente o que é CDB?

Vou tentar explicar de forma bem prática e simples a seguir.

O que é CDB?

CDB é um tipo de “matéria prima” para os bancos gerarem mais dinheiro.

Lembram desse artigo: Entenda de Verdade para que serve um Banco: Ele PRECISA do seu dinheiro?

Em resumo: o objetivo básico de um negócio é comprar um produto (ou matéria prima) a um preço mais baixo, e revendê-lo a um valor mais alto.

E um banco em sua essência não faz nada de diferente, só que o seu produto comercializado é o dinheiro.

Ele recebe dinheiro a um custo baixo, e revende (empresta) a um custo maior. A diferença entre estes custos é o famoso spread bancário, que já aprendemos neste artigo: Entenda o que é Spread Bancário na Prática.

E o que o CDB tem a ver com isso?

O CDB não é nada mais, nada menos que um instrumento de captação dos bancos, ou seja, uma forma que o banco tem de “comprar” dinheiro de forma barata de você investidor.

Este dinheiro depois é “revendido” aos clientes, normalmente em forma de empréstimos ou crédito.

E como eu, investidor, ganho com um CDB?

O CDB, para o investidor, é uma simples forma de emprestar dinheiro e ganhar juros com isso.

Você deposita X reais, combina uma data de vencimento e quando ela chegar você é remunerado pelo banco por este empréstimo, recebendo seu dinheiro de volta acrescido do rendimento (juros).

Desta forma o seu rendimento no CDB nada mais é que os juros que o banco está pagando em troca de você emprestar o dinheiro a ele.

Quais os tipos de CDBs que existem?

Há basicamente 3 tipos:

pré-fixados – já é conhecido na data de aplicação qual será o rendimento (ex.: 14%),
pós-fixados – o rendimento é uma porcentagem de algum indicador, normalmente o CDI (ex.: 110% do CDI),
indexados – um misto dos 2 primeiros, no qual parte do retorno é pré-fixado e parte é atrelado à variação de algum índice (da inflação no caso de um indexado a inflação, por exemplo: IPCA + 4%).

CDBs tem risco?

Sim, os CDBs têm risco.

O risco principal de um CDB é basicamente a probabilidade do banco para o qual você emprestou o dinheiro falir, mais conhecido como risco de crédito.

E vou deixar isso bem claro: esse risco não é desprezível. E em muitos casos ele é bem alto.

E o pior, se o banco falir, o resultado é simples: calote, você não recebe seu dinheiro de volta. Ou seja, 100% de perda.

Mas calma, hoje temos o FGC, que garante até R$ 250 mil de investimento. Esta garantia faz muitos alocadores venderem o CDB como sendo “sem risco”, o que é quase uma verdade.

Lembrando que há também o risco de mercado, mas isso discutiremos em outro artigo.

O que é o FGC?

O Fundo Garantidor de Crédito é equivalente a uma “vaquinha” que todos os bancos fazem de forma conjunta, que garante o pagamento para os investidores, correntistas e poupadores, no caso de falência de um desses bancos.

Hoje o FGC garante até R$ 250 mil por CPF, por conglomerado financeiro.

Ex.: José tem R$ 1 milhão e aplicou R$ 500 mil em CDBs de 2 bancos de conglomerados diferentes. Se os 2 bancos falirem, na teoria o FGC pagará a José somente R$ 250 mil por cada um dos CDBs.

Falo “na teoria” porque o FGC tem um limite, que é o total da “vaquinha”. Se tivermos um colapso bancário generalizado, e o FGC não tiver fundos suficientes para cobrir todos os calotes, então não sabemos o que pode acontecer.

É válido lembrar que os bancos grandes (os bancos comerciais conhecidos por todos) possuem risco muito baixo de falir. E os bancos menores (que possuem mais risco) não tem tamanho suficiente para nos preocuparmos com a possibilidade do FGC ficar “sem fundo”.

Por isso podemos considerar, pelo menos hoje em dia, os investimentos garantidos pelo FGC como sendo sem risco, ou pelo menos com um risco baixíssimo.

Vamos publicar um artigo explicando com mais detalhes sobre o FGC e seus riscos.

Qual o melhor CDB para eu investir?

Os 4 pilares retorno x risco x liquidez x acessibilidade discutidos neste artigo (Qual é o melhor investimento com alto retorno e baixo risco) são totalmente válidos e fáceis de serem identificados no caso de CDBs.

Por isso, para saber qual o melhor CDB para você, é preciso estabelecer objetivos e prioridades. Isto porque é impossível obter os 4 pilares (retorno, risco, liquidez e acessibilidade) ao mesmo tempo.

Se levarmos em conta que a acessibilidade já é definida (ou você tem o valor mínimo de aplicação do CDB, ou não tem), então o ensinamento simples para escolher entre o tripé restante é o seguinte: escolha 2 itens, e gerencie o terceiro.

Quer retorno alto e risco baixo? Abra mão da liquidez, com prazos maiores de vencimento.
Quer liquidez e retorno alto? Invista em um CDB de banco menor e corra um pouco mais de risco.
Quer risco baixo e liquidez alta? Seu retorno será relativamente menor.

Ótimo! Agora você já entende o suficiente sobre CDB para começar a investir. Para não me prolongar muito, nos próximos artigos explicarei com um pouco mais de profundidade como escolher e investir melhor em CDBs, onde comprar, em quais detalhes ficar atento, assim como outros títulos de renda fixa como LC, LCI, LCA e etc.

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