A poupança é uma das aplicações financeiras mais tradicionais do Brasil.
Explicarei brevemente como ela funciona, mostrando suas vantagens e desvantagens.
Há 150 anos, em 1861, D. Pedro II criou a Caixa Econômica e, junto, a Poupança. Seu objetivo era receber pequenas economias das classes menos abastadas, com a garantia do Governo e juros de 6% ao ano. Se quiser saber um pouco mais sobre a História da Poupança, visite o site da Caixa.
Acredite ou não, pouco mudou desde então. Hoje a poupança continua sendo a forma de investimento mais simples que existe: pode ser aberta em qualquer agência bancária, não tem aplicação mínima, não tem impostos, tem liquidez diária e a rentabilidade é definida pelo Banco Central, então não varia de banco para banco.
Ela pode ser aberta por qualquer pessoa que tenha CPF, ou por menores de 16 anos junto com o responsável, e os recursos depositados na poupança são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), até o valor de R$ 70 mil por CPF. Essas são as suas principais vantagens.
Qual o rendimento da poupança?
Por ser simples e de tão pouco risco, seu rendimento também é muito baixo se comparado com alternativas disponíveis.
A poupança rende 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial, que hoje em dia é algo em torno de 0,08% ao mês), ou seja, pouco mais de 6,0% ao ano.
Como funciona o rendimento mensal
O rendimento é mensal, e não diário como as demais aplicações, e funciona assim: cada aplicação só rende uma vez por mês, sempre no dia em que o dinheiro foi aplicado (o chamado “aniversário” daquela aplicação). Se alguém aplicar no dia 10 de um mês, o valor aplicado permanece o mesmo até o dia 09 do mês seguinte, e só no dia 10 ele é acrescido do rendimento mensal. Com isso, se o poupador resgatar o dinheiro antes do aniversário, não recebe a remuneração referente àquele mês.
Outra desvantagem da poupança é o risco de o seu rendimento não ser suficiente para manter o poder de compra do poupador. Dado que seu rendimento é muito baixo, em alguns meses a poupança chega a render menos que a inflação! Como já discutimos em outro artigo, o poupador perde poder de compra nesse caso.
Se é tão ruim assim, porque tanta gente ainda aplica na poupança?
Em março/2011, o total de depósitos em poupança no Brasil era de R$ 385 bilhões, segundo o Banco Central. Por falta de conhecimento ou de interesse, muitos brasileiros mantêm vultosas quantias aplicadas em poupança.
O que mais me intriga, no entanto, é que existiam 5.759 poupadores (0,005% do total) com mais de R$ 1 milhão de saldo, respondendo por 7% do total de aplicações. Diante disso, só consigo concluir que:
- Não é todo mundo que tem bastante dinheiro que sabe o que fazer com ele – constato isso com freqüência e espero conseguir ajudá-las com esse Blog do Investidor; e
- Tem gente que realmente não liga pro dinheiro que tem – daí infelizmente não sei como ajudar.
A poupança pode ser muito prática para pequenos valores ou para contas com saldo remunerado automaticamente, mas se o investidor tiver um mínimo de interesse é possível investir de forma tão ou mais segura e com rendimentos bem maiores. Não estamos mais em 1861, estamos em 2011. Se você tem aplicações na poupança, parabéns: já fez o mais difícil, apartar esse dinheiro para investir! Agora basta analisar e escolher opções mais interessantes. Veja os próximos artigos sobre outros tipos de investimentos!
Ulisses Nehmi é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.
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[…] entender como funciona a poupança, temos 3 conclusões importantes: a) é um investimento simples, acessível e fácil de aplicar, b) […]
[…] precisamos escolher um referencial de desempenho do investimento. Já vimos que o rendimento da poupança pode ser utilizado como referência de retorno mínimo aceitável. Se esse é o “mínimo”, […]
[…] outras formas de captação de recursos no banco: poupança, CDB e vários outros produtos. O gerente do banco representa tanto a área de compras, tentando […]
[…] pode até escolher em que dia a aplicação será feita (por exemplo, transferir R$ 500 para uma poupança todo 5º dia útil do mês, nos próximos 6 meses). Que tal programar hoje aplicações de parte do […]
[…] com tanto medo de arriscar que mantém todo o seu dinheiro debaixo do colchão ou em uma conta-poupança segura. O problema é que, ao contabilizar a inflação, você percebe que está perdendo dinheiro. […]
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[…] não é o que acontece: a poupança ainda é o investimento mais comum e é considerado como o mais seguro, o que não é verdade. […]
[…] esses números astronômicos estão nas entrelinhas, no rodapé do anúncio, e ninguém os lê. A poupança, o mais difundido investimento do país, também não ajuda: tem um rendimento de 0,5% a.m. + TR, […]
[…] o investimento mais seguro do Brasil são os títulos públicos federais. Afirmar que investir na poupança em um banco é mais seguro é um mito, não é verdade! Nos próximos artigos vou falar como […]
[…] – nunca apliquei em nenhum fundo de banco, ou qualquer outro produto que oferecem (poupança, CDB, Hiperfundo, título de capitalização, consórcio, seguros e […]
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Excelente artigo curto e direto ao ponto.