O seu dinheiro está bem investido? Se você hesitou em responder, é porque talvez ele não esteja.
Vivemos em um mundo paralelo: o Brasil paga a maior taxa de juros real do mundo, o que significa que temos um alto custo de oportunidade. Mas nem todos sabem disso ou aproveitam essa vantagem. Se este parece ser o seu caso, não se preocupe, esperamos ajudá-lo aqui no Blog do Investidor.
Após entender como funciona a poupança, temos 3 conclusões importantes:
- é um investimento simples, acessível e fácil de aplicar,
- com pouquíssimo esforço é possível achar opções muito melhores, com pouco (ou menos!) risco, e
- se você tem alguma economia na poupança, pelo menos já deu o primeiro passo, parabéns!
Também podemos dizer que o rendimento da poupança é uma referência de rentabilidade mínima aceitável, já que todos possuem essa opção de investimento de baixo risco.
Investimentos com expectativa de rentabilidade menor que a poupança não deveriam ser aceitos, a menos que existam outros fatores não financeiros que o convençam. E aqui estamos desenvolvendo o conceito de comparação de expectativas de retorno, importantíssimo no mundo dos investimentos.
Antes de explicar como funcionam outros investimentos, apresentarei dois conceitos importantíssimos: custo de oportunidade e benchmark. Não ligue para os nomes, apenas preste atenção nos conceitos.
O que é o custo de oportunidade?
Deixar dinheiro parado, seja “debaixo do colchão” ou na conta corrente, é um absurdo: você não só está deixando de ganhar mais dinheiro, como também está perdendo.
Para quem comete este pecado, podemos dizer que o rendimento que ele deixa de ter na poupança é o seu custo de oportunidade, ou seja, o quanto “custa” a renúncia ao investimento do seu dinheiro em uma aplicação qualquer, por mais simples que seja. Não deixe dinheiro parado, por favor, mas também não gaste tudo: economize um pouco, invista!
Note, no entanto, que o custo de oportunidade é um custo “invisível”. Como não há desembolso de caixa, é importante entender bem o conceito. Por exemplo, ao decidir realizar a compra de um ativo ou um investimento qualquer, deve-se ficar atento se a expectativa de retorno excede o custo de oportunidade, para decidir se é financeiramente viável ou não.
Para exemplificar, vamos supor que você queira comprar um carro novo. Ao comprá-lo, você abrirá mão dos rendimentos que poderia obter com esses recursos em outro investimento. A menos que você seja um negociante de carros, dificilmente ganhará dinheiro com a compra de um carro. Logo, fica evidente que, neste caso, o “custo” efetivo do carro é maior que o preço pago. Mesmo sabendo disso, a situação de comprar ou não o carro já foi discutida em outro artigo.
No caso de uma expansão de capacidade de produção em sua empresa, deve-se comparar a expectativa de retorno financeiro gerada com esta expansão com o custo de oportunidade, para verificar se o investimento realmente vale a pena.
Finalmente, para que investidores apliquem este conceito de forma mais real, podem-se utilizar outras referências para calcular o custo de oportunidade, além da poupança. Em geral, utilizam-se as expectativas de rentabilidade de aplicações de renda fixa ou um benchmark como o CDI, mas há quem utilize até mesmo o retorno médio de um portfolio de investimentos. O importante é que, entendendo e aplicando o conceito de custo de oportunidade, podemos avaliar alternativas de investimento e cuidar melhor nosso dinheiro.
Ulisses Nehmi é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.
Ulisses,
Acado de conhecer o blog. Parabéns.
Excelente layout e textos muito bem escritos. Estarei sempre por aqui.
Sucesso.
Jônatas,
Muito obrigado, o feedback do leitor é super importante. Afinal, sem os leitores o Blog não existiria!
Se preferir acompanhar o Blog do Investidor via e-mail, clique em aqui.
Abs
Artigo muito bom, estou seguindo seu blog que vejo ter ótimo conteúdo.
Ulisses,
Muito bom seu blog.
Vou movimentar meu escasso dinheirinho guardado agora.
Aguardo pelo benchmark!
Abraço.
Srs.,
Muito obrigado pelo feedback, é super importante!
Abs
muuuuuuuuito bom esse blog, vou seguir sim, e
ficar atenta a todas as informaçoes , sucesso.
esse blog tem um conteudo muito rico, vou estar sempre aqui. parabens
[…] já citado no artigo anterior, o custo de oportunidade é invisível, mas neste caso existe e é bem significativo. A depreciação no caso de […]
[…] do investimento. Já vimos que o rendimento da poupança pode ser utilizado como referência de retorno mínimo aceitável. Se esse é o “mínimo”, provavelmente é um retorno ruim ou fraco (e é!). E se queremos um […]
[…] ganhar R$ 1.000. Este comportamento é ainda mais intenso entre os brasileiros, pois possuímos um custo de oportunidade muito grande, ou seja, já possuímos ganhos razoáveis sem correr grandes […]
[…] que uma diferença de 1 ponto nesse patamar já elevado não compensa os custos de transação e de oportunidade que Maximus tem de suportar. Ele tem medo de fazer a escolha, pois tem a sensação de que, em […]
Oi Ulisses,
agora que estou de férias, voltei ao seu primeiro post e estou lendo um por um. Então, tenho uma dúvida após tanto tempo da publicação deste texto.
Você diz “ficar atento se a expectativa de retorno excede o custo de oportunidade” e eu não entendo o sentido da comparação porque a expectativa de retorno é sempre um ganho, enquanto, o custo de oportunidade é sempre uma perda.
No exemplo da indústria, a ideia é clara: o custo de oportunidade é o que o empresário deixa de ganhar com outros investimentos ao optar pela expansão da fábrica, que também é considerado um investimento. Contudo, investir o dinheiro em, por exemplo, em fundos e expandir a fábrica são dois tipos de investimentos distintos, acho.
Na escolha de possíveis investimentos, opta-se pelo melhor investimento considerado naquele momento, então, não há como calcular o custo de oportunidade. Somente depois do investimento escolhido ter gerado um rendimento inferior a outro não escolhido. Mas, ai, seria um viés de retrospectiva.
Tô confuso. rs
Marcio,
Talvez pudesse trocar a palavra “excede” por “mais que compensa”. O exceda seria considerando o valor absoluto de um e de outro.
Para ajudar a entender, seguem dois exemplos práticos:
1. Se você está avaliando investir numa aplicação que pode render 100, mas já tem disponível outra que renderia 110, não faz sentido escolher a primeira, certo?
2. Se uma pessoa tem um imóvel que o aluguel renderia 100, mas resolve montar um negócio nesse imóvel (uma loja, por exemplo), mas que na melhor das hipóteses renderia 80, então não faz sentido montar o negócio: é melhor alugar, certo?
E assim vai… O importante é observar que o investimento que será utilizado como benchmark (pra medir o custo de oportunidade) esteja disponível e tenha menos risco.
Abs
Caramba. Acabei de ler o artigo e fui correndo no banco depositar o dinheiro que estava aqui em casa pra alguma emergencia! E olha que estava chovendo e eu ainda cheguei molhada rsrs. O banco (acreditem se quiserem) fica a 3 minutos da minha casa é logo rua de trás!!! Vejam só já que eu podia guardar no banco porque eu estava guardando em casa?
Muito, mas muuuito obrigada mesmo!
Cristiane,
Parabéns, é isso aí! Dinheiro parado perde valor…
Abs
[…] no Imposto de Renda? Mesmo que esse valor não costume ser significativo (espero que ninguém deixe dinheiro parado na conta), é importante contabilizá-lo, e por isso fizemos esse guia passo a […]
[…] já citado no artigo anterior, o custo de oportunidade é invisível, mas neste caso existe e é bem significativo. A depreciação no caso de automóveis […]
[…] no Imposto de Renda? Mesmo que esse valor não costume ser significativo (espero que ninguém deixe dinheiro parado na conta), é importante contabilizá-lo, e por isso fizemos esse guia passo a […]
Fundamental se atentar a todas as variações de custo quando for abrir uma empresa. Parabéns pelas dicas.
Quer investir livre de tributos e ter a certeza que o seu dinheiro irá render?
Isso é possível com a G44, pois possui sua própria mina de mineração para extração de esmeraldas.
Acesse: https://www.g44brasil.com.br/quem-deve-investir-na-g44/