Melhor maneira de efetuar gastos no exterior

Hoje em dia sai muitas vezes mais barato viajar para o exterior do que para o nordeste do Brasil. Este fato é refletido nos crescentes gastos dos brasileiros lá fora, que em 2010, por exemplo, atingiram a marca recorde de R$ 27,25 bilhões. Diante deste cenário uma dúvida aparece: Qual é a forma mais vantajosa de fazer compras e de levar dinheiro para o exterior?

Em outro artigo foi citado o aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para gastos no exterior, anunciada em 28 de março de 2011. Este aumento para 6,38% é exclusivo para cartões de crédito, sendo que as outras modalidades continuam com cobrança de 0,38%.

Temos as seguintes opções para compras no exterior:

• Cartão de crédito – IOF: 6,38%. Pagamento: Vencimento da Fatura. Prós/Contras: Praticidade, milhagens, prazo de pagamento, taxa de câmbio mais próxima ao dólar comercial. O saque no cartão de crédito é considerado um empréstimo e por isso é cobrado uma taxa de crédito com juros no período entre a data do saque e vencimento da fatura. A taxa de câmbio varia muito dependendo do banco e bandeira do cartão.
• Cartão de débito – IOF: 6,38%. Pagamento: No ato da compra. Prós/Contras: Não é aceito em todos os lugares. Comparando com o cartão de crédito, permite realizar saques sem cobrança de taxa de crédito pois o valor é debitado da conta corrente no ato do saque. Taxa de câmbio varia muito dependendo do banco e bandeira do cartão, e muitas vezes é diferente da cobrada no cartão de crédito.
• Dinheiro em espécie – IOF: 1,1%. Pagamento: Antecipado. Prós/Contras: Risco de roubo ou perda, taxa de conversão desfavorável. Dificuldade de compra de algumas moedas, ou de aceitação do Real no exterior. Dependência do horário de funcionamento de casas de câmbio.
• Traveler’s checks – IOF: 6,38%. Pagamento: Antecipado. Prós/Contras: Seguro, porém pouco prático, pois é aceito em poucos estabelecimentos. Recomendado para viagens de longa duração. Taxa de câmbio desfavorável.
• Cartão pré-pago (Ex.: Visa Travel Money) – IOF: 6,38%. Pagamento: Antecipado. Prós/Contras: Muito prático, substituiu os traveller’s checks. Deve-se atentar à taxa de câmbio cobrada pois ela normalmente é desfavorável em relação à taxa dos cartões de crédito e débito.

Qual a melhor opção?

Para decidir a melhor opção é preciso pensar em 3 aspectos: segurança, praticidade e conversão/taxas.

Em termos de segurança, conforme discutido no artigo “Dinheiro de plástico: prós e contras”, os cartões se apresentam como uma alternativa mais segura, porém recomenda-se sempre levar pelo menos uma quantia pequena de dinheiro em espécie para emergências.

O cartão pré-pago é o mais prático, pois é aceito em qualquer estabelecimento com a bandeira Visa, e pode efetuar saques em qualquer máquina da rede Plus.

Os cartões de crédito e débito também são práticos, porém a compatibilidade com máquinas no exterior não é 100% garantida.

Pensando apenas em melhor conversão/taxas o melhor a se fazer é realizar o saque com o cartão de débito, estando sempre atento às taxas cobradas pelo seu banco. Assim como em investimentos, o melhor a se fazer é possuir mais de uma opção, ou seja, diversificar o risco de taxas maiores ou flutuações de câmbio. ***ATENÇÃO: este artigo está desatualizado, em breve publicaremos uma atualização para demonstrar qual a melhor opção em termos de conversão.

Recomenda-se sempre checar se o cartão de crédito e débito está apto a realizar compras e saques no exterior, e se ele está desbloqueado. Não se esqueça também de verificar com o seu banco as taxas e câmbios utilizados, muitas vezes estes valores indicarão o que vale mais a pena (Ex.: Tarifas dos cartões de crédito Bradesco).

Por fim lembre-se que para compras efetuadas em moedas estrangeiras diferentes de dólar, na maioria dos cartões, é feita uma dupla conversão (Ex.: de Euro para Dólar e de Dólar para Real). Este fato resulta em conversões ainda mais desfavoráveis para o consumidor.

Vitor Nagata é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.