Calma, isso não é golpe e nem aqueles esquemas “milagrosos” de internet. Isso é apenas algo que todos deveriam saber.
Se este tema lhe chamou atenção, quer dizer que você se importa com o seu dinheiro. Você se importa com todas aquelas horas gastas no trabalho e quer entender como o seu salário pode durar mais tempo em sua carteira. Ou até como ele pode sobrar (mais) no final do mês.
A excelente notícia que já posso lhe adiantar é: esse ganho de eficiência da sua renda virá sem você se esforçar mais para poupar.
Mas como isso?
Aqui não lhe falarei para cortar “isso” ou “aquilo”. Irei apenas lhe apresentar o que o seu banco pode lhe oferecer, mas nunca oferece (por que será, não?).
Quanto você paga ao banco?
Essa é uma pergunta tão legal. Digo isso porque quase ninguém sabe quanto paga de mensalidade ao banco em que tem conta corrente. E sabe quem adora isso? O seu banco!
Ele ama que você não se importe quanto está pagando mensalmente, independente se usa todos aqueles itens de serviços que ele lhe enfiou goela abaixo ou não. Ele ama mais ainda quando você utiliza várias TEDs (transferências) por mês, essas que custam em média uns R$ 8, a depender de cada banco.
A mensalidade dos grandes bancos, aqueles que todos nós optamos por ter conta, variam bastante e vão de R$ 15 (varejo) a uns R$ 80 (segmento Estilo/Personnalité/Prime/Select/Van Gogh).
Se R$ 15 ou R$ 80 não faz diferença pra você, que tal anualizar? Isso pode virar até R$ 1.000 por ano! Esse é um custo nada desprezível, ainda mais sabendo que você pode ter TODOS esses serviços, eu disse TODOS, de GRAÇA!
Sim! Nos grandes bancos que conhecemos existem duas modalidades de contas gratuitas:
- Conta essencial: o Banco Central exige que todos os bancos tenham uma conta com serviços básicos gratuitos (saques, extratos, cheque, etc…).
- Conta digital: Você não paga nada de mensalidade e tem TEDs (ilimitados) gratuitos. Mas tem que pagar por folha de cheque.
No artigo “Porque devo abrir uma conta digital agora”, ou até mesmo no “Como não pagar taxas ao banco” você encontra todas as informações sobre essa modalidade.
O conceito de eficiência que podemos ter aqui é: se você pode ter um mesmo serviço, no mesmo banco, a custo zero, por que gastar R$ 1 mil anual?
É bem verdade que no caso dos segmentos mais altos citados (Estilo/Personnalité /Prime/Select/Van Gogh) há um atendimento mais personalizado e até agências diferentes.
Mas me fala uma coisa: você precisa mesmo disso tudo?
Muitas vezes você pode resolver tudo pelo seu celular e toda a vantagem de ser um “cliente vip” acaba se resumindo em uma questão de ter status, nada além disso.
Primeira lição:
Agora que você já sabe que não precisa pagar nem mesmo 1 centavo para ter conta em banco, vá já para sua agência e altere sua conta. Avalie os diferenciais da conta essencial e da conta digital e veja qual melhor se aplica às suas necessidades.
Com relação a estar num segmento por status, normalmente quando caímos nessa armadilha perdemos dinheiro! Fique atento e não caia nessa!
Existem algumas modalidades que não tem como fugir de pagar uma taxa no banco, como as contas conjuntas. Mas mesmo assim, você sabendo o que de fato irá precisar usar no mês, poderá optar pelo melhor pacote de serviços.
Neste LINK você tem acesso ao pacote de serviços padronizados do Banco Central. Em praticamente todos os casos que analisei, esses pacotes são melhores do que o banco te oferece.
Saiba que o seu banco, seja lá ele qual for, é obrigado a atender a qualquer um desses pacotes padronizados do BC. Porém, é muito comum os gerentes não conhecerem isso, portanto para não ter surpresas, uma dica é você levar impressa as opções.
Cada banco tem seu preço para os pacotes padronizados, mas varia pouquíssimo, questão de centavos.
Quanto você paga de anuidade do cartão de crédito?
As anuidades de cartão de crédito variam bastante de um cartão para outro. Depende do nível dos seus gastos, ou do plano de milhagem que oferecem.
Se eu fosse analisar a questão de milhagem x custo do cartão, seria um texto mais complexo, talvez até tema para um outro artigo. Por isso, irei me ater aqui em quem não se beneficia do programa de milhagem, mas mesmo assim paga taxas de cartão.
A média das anuidades pagas em cartão de crédito pelo brasileiro é de R$84. Como esse valor vem parcelado no mês a mês você nem sente, portanto nem se importa com ele muitas vezes.
Segunda lição:
Existem cartões de crédito no mercado, que te oferecem o mesmo serviço, porém gratuitos! Sim, essa palavra apareceu de novo, vou repetir, são GRATUITOS.
Um exemplo é o já famoso Nubank. Este cartão você obtém fazendo um cadastro via aplicativo no celular e toda sua interface é online. Seguindo a linha do Nubank, surgiu há pouco tempo o Digio, que ao meu ver tem os mesmos objetivos, porém com bandeira diferente (o Nubank usa a Mastercard e o Digio a Visa).
Além destes produtos, o Banco Original, que vem com a proposta de um banco completo todo online, também lançou seu cartão de crédito gratuito.
Outro custo anual que você já pode eliminar de sua conta!
Você faz análises/comparações antes de investir?
Aqui podemos até fazer uma comparação meio esdrúxula, mas que acho totalmente válida. Para mim, quem se esforça para acumular valores para aplicar, mas aplica em maus investimentos, faz o mesmo que aquele cara que “se mata” por duas horas numa esteira de academia e depois come uma pizza inteira de 4 queijos.
Tanto no primeiro caso quanto no segundo, o cara vai se esforçar e não conseguir obter o resultado esperado, não haverá eficiência em todo aquele esforço.
Quando você opta por investir porque o gerente do seu banco lhe ofereceu um CDB/título de capitalização ou sei lá o que, sem ao menos fazer uma comparação com o que o mercado lhe oferece, você está tendo uma perda de eficiência.
Vou te contar um segredo: o seu banco ganha muito mais dinheiro oferecendo crédito do que te dando rentabilidade nos investimentos, ou seja, o banco normalmente é sinônimo de piores rentabilidades.
Exemplo prático:
O maior fundo de renda fixa do Brasil, que é de um grande banco, rende +9% ao ano. Este é um fundo muito divulgado e muito oferecido pelos gerentes do banco.
Agora para não complicar demais, eu peguei um fundo de renda fixa do mesmo grande banco, com as mesmas características que o primeiro, porém este com rentabilidade de +11% ao ano.
Ou seja, em 1 ano você pode deixar de ganhar em um investimento cerca de +2% simplesmente por não comparar as possibilidades que estão no mesmo cardápio.
Eu sei que você está se perguntando: “mas como um produto que é feito igual ao outro pode render mais?”. E eu lhe respondo: o custo menor!
Sabe quando você vai ao mercado e pega o primeiro detergente que vê, sem nem ao menos comparar o preço? Pois bem, é a mesma coisa no caso acima. Em ambos os casos, a fórmula é a mesma para cada produto, porém um se beneficia de ser mais conhecido do que o outro para ser mais caro.
Isso porque eu peguei o “bom exemplo” de um fundo que também é de um grande banco. Fazendo essa comparação com fundos de gestores independentes, que de fato estão mais alinhados com os interesses dos investidores, a diferença do que está deixando de ganhar cresce mais ainda!
Terceira Lição:
É, o dinheiro realmente gosta de quem gosta dele!
Se você não comparar as possibilidades que o mercado lhe oferece, vai sempre ficar com o coxão duro ao invés do file mignon. E isso pelo mesmo preço!!
Sei que essa terceira lição acaba sendo mais difícil, mas aqui no Blog você encontrará bastante informação sobre como analisar as possibilidades do mercado e dessa maneira, ganhar mais eficiência para seu esforço.
Resumindo tudo isso
A zona de conforto que nós nos encontramos pode nos custar caro, assim como a falta de informação.
A questão de entender o que de fato deve ser pago por um serviço bancário, ou até mesmo quanto devo ter de rendimento em um investimento, já faz muita diferença em 1 ano, que dirá em 10 ou 30 anos!!
Esses exemplos de ganho de eficiência são em serviços bancários, mas esses conceitos podem ser estendidos para várias áreas de sua vida, como já dito no artigo Pequenos gastos, grandes despesas.
Pesquise, entenda e compare! Espero que o Blog seja uma boa ferramenta para lhe ajudar nisso!
Natália Coura é autora convidada do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.