Inflação: por que não ganhar é perder?

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O Dragão da Inflação

A inflação mede a perda do poder de compra do dinheiro no tempo. Quanto maior a inflação, mais rápido o seu dinheiro perde valor. Se os seus recursos ficarem parados ou mesmo que você tenha pequenos ganhos em seus investimentos, você pode perder poder de compra se esses retornos forem menores que a inflação! Por isso, é importante compreender o que é a inflação e como lidar com ela.

A inflação reflete o aumento geral dos preços, e pode ser medida através de índices de preços tais como o IPCA (a medida oficial de inflação do governo, calculado pelo IBGE) e o IGP-M (mais comum em contratos como reajuste de aluguéis e serviços, é calculado pela FGV). Embora isso reflita o comportamento médio dos preços, a “inflação” pode variar de pessoa pra pessoa, de acordo com os produtos/serviços que consome.

Normalmente associamos a inflação à figura de um dragão que “come” nosso dinheiro. Um pouco de inflação, no entanto, é perfeitamente normal em qualquer país, um reflexo de que a economia prospera, com crescimento. Em geral, essa inflação “normal” é da ordem de 2 a 3% ao ano, mas varia de acordo com a realidade de cada país. Se uma economia crescer muito rápido, ela pode esbarrar em gargalos de produção, resultando em falta de produtos e elevação de preços em ritmos não saudáveis. Por esse motivo, apesar de talvez parecer que “o máximo de crescimento” seja sempre bom, é importante que a economia como um todo cresça, principalmente em infra-estrutura. Normalmente os governos buscam crescimentos econômicos fortes, mas não a qualquer custo, ou seja, num ritmo que permita que os diversos setores da economia se adaptem a cada nova realidade.

E por que todos têm medo da inflação? No Brasil, já tivemos surtos de hiperinflação no passado, e por isso muitos associam amargas memórias a essa palavra (tivemos diversas vezes mais de 50% ao mês de inflação!). Quando a inflação foge do controle,  aumenta a incerteza sobre os rumos da economia, operações com prazos mais longos são desincentivadas, a moeda se desvaloriza e, principalmente, piora a distribuição de renda. Nesse último caso, basta lembrar que o trabalhador em geral recebe quantias fixas de salário não possui mecanismos tão acessíveis para proteger sua renda e seu patrimônio. Se com a inflação o dinheiro “compra menos” com o tempo, o poder aquisitivo do trabalhador assalariado diminui.

Para evitar que a inflação saia do controle, hoje em dia os governos adotam políticas monetárias guiadas por metas de inflação. No Brasil, a meta anual de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional, que julga que nos últimos anos um patamar saudável para a inflação é de 4,5% ao ano, com 2% de margem de oscilação pra cima e para baixo. Caso a inflação comece a subir, o governo adota medidas para diminuir o ritmo de crescimento da economia para patamares saudáveis. Uma das medidas mais utilizadas é o aumento da taxa de juros básica da economia, a taxa Selic.

Ao falarmos de investimentos, precisamos ter claro que precisamos buscar retornos acima da inflação, ou seja, aumentar nosso poder de compra. Nem sempre a poupança é suficiente, mas outras aplicações podem oferecer grandes oportunidades. Em breve mostraremos quais investimentos são melhores em cada tipo de situação.

Ulisses Nehmi é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.

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13 COMMENTS

  1. […] Parece simples, mas essa estratégia é muito poderosa. O gráfico abaixo compara o desempenho da estratégia com o CDI (benchmark) na simulação da NTN-B Principal 2024 nos últimos 6 anos. Além de variar pouco, observamos que a rentabilidade da estratégia aumentou no período de 2009 a 2011, quando a inflação subiu. É o seu dinheiro protegido do dragão da inflação! […]